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Uma postagem marcadas com "faixa de Gaza"

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· Leitura de 4 minutos

Já diria um funk das antigas que fazia a ligação entre essas duas realidades: “Na Faixa de Gaza, só homem-bomba, na guerra é tudo ou nada...” Não é de agora que as Favelas e a Faixa de Gaza possuem seus diálogos. Afinal, compartilhamos dos mesmos problemas e temos os mesmos inimigos, a saber:

  • o racismo e a segregação racial;
  • a violência por parte do Estado Sionista de Israel (Gaza) e do Estado Colonial-Capitalista Brasileiro (Favelas);
  • a violência territorial de grupos armados, como Hamas (Gaza), e do tráfico de drogas e milícias (Favelas);
  • a precariedade da qualidade e das condições de vida etc.

Gaza é a área mais densamente populada do Planeta.

As Favelas são as áreas mais densamente populadas do Brasil. Convivemos com condições degradantes de vida. Não temos acesso garantido ao básico para sobrevivermos. Não nos é garantido, por nossos inimigos em comum, as mínimas condições de uma vida digna, não termos a habitação, a água tratada, saneamento básico, saúde, educação, cultura, lazer, o direito de ir e vir, sabe, coisas básicas para a vida em sociedade. Ao passo que a única coisa que o Estado Sionista de Israel e o Estado Colonial-Capitalista Brasileiro trazem para nós é a violência e a repressão.
Não discordamos que o ataque do Hamas de 07/10/2023 seja um ato que não visava a liberdade do povo palestino. O ponto aqui é que a reação do Estado Sionista de Israel, através das suas Forças Armadas, se assemelha muito à reação das Polícias no Brasil em suas operações de vingança. A reação por parte do Estado nos dois casos tem uma única direção: matar o máximo possível.

A limpeza étnico-racial é o que move a reação do Estado, pois tanto corpos palestinos quanto corpos negros são vistos como descartáveis e representam um perigo para a sociedade.

Tanto no conflito no Oriente Médio quanto no conflito nas Favelas do Brasil há apenas uma ordem: matar. Matar o máximo de corpos indesejáveis. Essa gente que não é considerada humana. Naturaliza-se o genocídio de palestinos e negros. É a ordem do dia: prender e matar. Dentro das suas proporções o que difere o que vem acontecendo na Faixa de Gaza com o que aconteceu na Bahia durante os últimos meses especialmente? Ou a operação de vingança na Baixada Santista em São Paulo? Ou as recorrentes chacinas e “megaoperações” contra o tráfico de drogas nas Favelas do Rio de Janeiro? Ou a violência contra Povos Indígenas, em especial no norte do país? A Faixa de Gaza e as Favelas do Brasil se encontram na dor de viver em um mundo racista, colonial e capitalista. Nossas vidas não valem absolutamente nada para aqueles que controlam tanto o Estado Sionista de Israel quanto o Estado Colonial-Capitalista Brasileiro. Somos corpos descartáveis. Corpos que se não estão submetidos a exploração do capitalismo racial são corpos que podem ser tragados pela violência de ambos os Estados.

Ser solidário/a ao Povo Palestino é também ser solidário/a às Favelas.

Lutar pela liberdade do Povo Palestino é lutar pela autodeterminação e autodefesa de todas as Favelas desse território. Se opor ao projeto de limpeza étnica do Estado Sionista de Israel é se opor às políticas de encarceramento em massa que atinge os/as jovens favelados/as por todo o Brasil. A luta contra o Estado Sionista de Israel deve ser também compreendida como a luta contra o Estado Colonial-Capitalista Brasileiro. Gritar: PALESTINA LIVRE! tem que vir acompanhado do grito: FAVELA LIVRE! A liberdade só poderá ser alcançada quando não houver mais nenhum povo dominado por um Estado Colonial-Capitalista e nem explorado por elites capitalistas. Da Terra ao Mar Palestina Livre! Do Morro ao Afasto Favela Vive!